Crítica: Independence Day (1996, de Roland Emmerich) – 20 Anos de um Marco do Cinema dos Anos 90!





Lá se vão 20 anos desde que um garoto entrou pela primeira vez em uma sala de cinema, no extinto Cinema Guarany aqui de minha cidade. Este garoto tinha apenas 4 anos e foi levado pelos seus pais, principalmente sua mãe, que sempre foi fã de ficção científica. O menino já gostava de assistir filmes na TV, mas em uma tela daquele tamanho, com o som alto e naves alienígenas surgindo e cobrindo as cidades, parecia tudo tão real. Talvez ele acreditasse que de fato os alienígenas estavam chegando. Inicialmente ele ficava com medo das explosões, mas estava tão perplexo que simplesmente não desgrudava os olhos da tela. Este garoto era eu e a partir daquele momento saí da sala de cinema o cinéfilo que sou hoje. Ali naquele momento me apaixonei pelas sensações mágicas que a sétima arte pode nos proporcionar. Em algum momento ali em 1996 comecei minha carreira cinéfila, algo que de certa forma me influenciou, que determinou o fato de hoje estar aqui escrevendo esta crítica para vocês, neste blog que eu criei em 2011.

Estreia hoje, dia 23/06/2016, no mundo todo a continuação ‘Independence Day: O Ressurgimento’ e por isso eu trouxe a matéria do primeiro filme, para relembrarmos um pouco. Bem, ‘Independence Day’ foi um marco na sua época. O cineasta alemão Roland Emmerich vinha de inesperados sucessos como ‘Soldado Universal’ e ‘Stargate’, mas agora entregava seu projeto mais ambicioso e caro. O sucesso do filme influenciou o cineasta a produzir estas megaproduções catástrofes, como ‘Godzilla’ (a versão de 1998), ‘O Dia Depois de Amanhã’, ‘2012’, ‘O Ataque’ e agora o segundo ‘Independence Day: O Ressurgimento’. O cara realmente gosta de destruir coisas, talvez seja um dos diretores que mais e melhor trabalhe com grandiosos efeitos visuais. Na época do filme original, a produção trouxe cenas marcantes. A proporção megalomaníaca das naves foi algo que assombrou o mundo. Em 1996 a Terra parou para ver nos cinemas esta invasão alienígena e a batalha dos humanos para salvá-la. 

Sobre o roteiro do filme, é justo dizer que é o fator mais detonado pela crítica especializada. O foco da produção realmente é trazer cenas de destruição elaboradas, deixando em segundo plano a verossimilhança. Há muito patriotismo aos Estados Unidos, ao seu feriado de 4 de Julho (que passa a ser um feriado mundial) e ao exército americano. O  roteiro também não procura aprofundar os dramas pessoais das personagens e algumas situações são bem fantasiosas. Mas a verdade é que esta nunca foi a intenção. ‘Independence Day’ era o tipo de diversão propositalmente boba, cujo intuito era apenas distrair por duas horas e meia. E é um dos que melhores fazem isso. Diz-se que há bons filmes ruins. Filmes de conteúdo bobo, mas que divertem em um nível poucas vezes vistas. Talvez ‘Independence Day’ seja um dos melhores filmes “ruins” já feitos. Se o roteiro não traz seriedade, ao menos traz bom entrosamento entre as personagens e consegue em determinadas cenas de ação, empolgar e emocionar.

A bela trilha sonora, simplesmente contagiante, consegue eletrizar nas cenas intensas e consegue emocionar naquelas cenas mais dramáticas, como em um momento quando uma importante personagem morre. O compositor David Arnold consegue trazer uma trilha com melodias que ajudam e muito a dar o clima do filme. A edição de efeitos sonoros e mixagem de som mescla bem o barulho das explosões, da gritaria das pessoas, dos tiros das naves e de prédios despencando. Não é atoa que concorreu ao Oscar de Melhor Som. E o que dizer dos efeitos especiais, que ganharam o prêmio do Oscar? Hoje talvez pareçam um tanto datados, com uma ou outra cena um tanto quadrada e que se enxerga a computação. Mas nada que atrapalhe. E ao rever o filme hoje em dia, na verdade é impressionante que muitas cenas continuam atuais. A grandiosidade das naves, a destruição de prédios e da Casa Branca, as batalhas aéreas finais, tudo continua empolgante. Ver no cinema naquela época foi eletrizante e rever hoje é nostálgico. Destaque para a cena em que o cachorro se escapa por pouco das explosões, algo que deixa aflito até hoje.


No elenco, temos Will Smith no seu primeiro grande sucesso, na sua fase de estouro. O astro ainda parecia “imaturo” na época, mas é inegável seu carisma, principalmente por suas maluquices cômicas e nas cenas de ação. As melhores sacadas e piadas são por parte dele. O astro Jeff Goldblum (de ‘A Mosca’ e ‘Jurassic Park’) hoje está meio sumido, mas nos anos 90 arrasava em ótimos filmes e aqui não é diferente, sempre com presença e uma atuação contida. Bill Pullman interpreta com respeito um presidente bem intencionado e convincente. Os veteranos Randy Quaid e Judd Hirsch atuam brilhantemente bem e são surpreendentemente engraçados. A sincronia de todos eles é algo que ajuda a nos importarmos com os personagens e a torcer no final.

Todas teorias sobre ufologia e da Área 51 são bem explanadas, o texto é todo escrito em cima destes mitos. Claro que como já citado, é um filme fantasioso, cheio de situações improváveis e com excesso de clichês. Mas ‘Independence Day foi um dos primeiros a usar estes clichês, na verdade ele que os definiu. E aqui eles funcionam. Hoje confesso que sinto falta de filmes bobos, mas que apresentam a sintonia que este daqui possui, uma produção perfeita para desligar do cérebro, esquecer dos muitos problemas do cotidiano e assistir a uma boa e velha ficção científica, cheia de teorias. Por mais criticado que seja, a produção de Roland Emmerich ainda diverte como nunca, se tornando assim um dos poucos clássicos noventistas. É aquele caso onde a nostalgia fala mais alto. Marcou toda uma geração no qual me incluo. Um filme feito na raça e na coragem, que trouxe efeitos inovadores para sua época. Espero ansioso para ver a continuação, mas mesmo que esta não tenha o impacto do primeiro (dificilmente terá), sempre verei o original, o clássico, aquele filme no qual volto a ser aquela criança cinéfila, que se apaixonou pela sétima arte lá em 1996!

NOTA: 9

Obs: ‘Independence Day: O Ressurgimento’ estreia hoje e durante o fim de semana no mundo todo. Corra para os cinemas!




Direção: Roland Emmerich


Elenco: Will Smith, Jeff Goldblum, Bill Pullman, Margaret
Colin, Vivica A. Fox, Mary McDonnell, Judd Hirsch, Robert
Loggia, Randy Quaid, James Rebhorn, e Harry Connick Jr.




Sinopse: naves imensas e poderosas estão sobre as principais cidades do mundo.
Desta vez, o objetivo é claro: destruir a raça humana. A curiosidade
rapidamente se transforma em pânico quando as naves iniciam o ataque com raios
de fogo. Começa a contagem regressiva. Agora, a única esperança está nas mãos
de sobreviventes que têm apenas uma chance para tentar o impossível, antes que
seja o fim da humanidade!



Trailer:



A Trilha Sonora de ‘Independence Day’:




Trailer de ‘Independence Day: O Ressurgimento’:














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