Crítica: A Autópsia (2016, de André Øvredal)


Fim de ano chegando, uma lista imensa de filmes pendentes e eis que me deparo com A Autópsia. Após ver o trailer, surgiu uma curiosidade e tanto em mim. Como se não bastasse, tive aquela velha sensação de “frio na barriga” ao conferi-lo de fato. Afinal, quem nunca, né? Baseado nisto é que hoje lhes trago a análise desse longa que estreou recentemente nos EUA e aqui no Brasil deve demorar a chegar, como sempre. Estrelado por Emile Hirsch e Brian Cox, ele conta com uma história deveras sinistra e procura fugir dos padrões comuns tanto no âmbito de suspense quanto do terror.

Na trama, acompanhamos Austin Tilden e Tommy Tilden, pai e filho que trabalham como legistas em um necrotério de uma pequena cidade no interior dos EUA. Os trabalhos costumam ser bem tranquilos por causa da natureza pacata da cidade, mas, certo dia, eles recebem uma misteriosa vítima de homicídio que foi trazida pelo xerife local e não tem causa de morte aparente. À medida que tentam identificar o cadáver, nomeado Jane Doe, eles encontram pistas bizarras que são a chave para descobrir segredos cada vez mais aterrorizantes. Só de ler essa sinopse, não se preocupe se tiver ficado curioso; a intenção dos produtores era justamente essa: criar um roteiro cujo enredo fosse atraente e tentasse escapar ao máximo dos clichês que já estamos “carecas de ver”. Por essa razão, o diretor André Øvredal está de parabéns, pois prestigiou uma película capaz de entreter o espectador do primeiro ao último minuto e como se não bastasse, com um desfecho de “arrepiar os cabelos”.

Sobre o elenco: temos atores consideráveis e apesar de nem todos os rostos aqui serem familiares do grande público, a maioria se saiu bem. Começando pelos astros Emile Hirsch, conhecido por atuar em Na Natureza Selvagem e Brian Cox, de Planeta dos Macacos – A Origem. É interessante o modo como a relação entre Austin e Tommy foi mostrada; tal aspecto funcionou não apenas nas horas tensas, mas também nos momentos iniciais, onde os personagens são apresentados em um ambiente específico e as motivações dos dois – em particular a de Austin, com respeito à vida que leva – são exibidas.

Já Ophelia Lovibond (Guardiões da Galáxia) não deixou a desejar no papel de Emma, namorada de Austin; ela se tornou o alívio cômico da trama. Destaque inclusive para a atriz Olwen Catherine Kelly, interpretando Jane Doe; sua estreia no cinema foi um show à parte, uma vez que a protagonista te mantém preso nos closes de câmera, que, aliás, não poupa esforços no quesito nudez e órgãos internos do corpo. Tal exposição de cadáver pode ser desconfortável para alguns espectadores. Além disso, a trilha sonora é um ponto positivo, porque as faixas de Danny Bensi e Saunder Jurriaans (mesmos compositores de O Homem Duplicado) souberam trabalhar em cima de ambos a tensão e ritmo menos acelerado, separando assim, a atmosfera pesada da mais calma.

Ademais, não via um suspense com um clima tão nervoso desde O Homem Nas Trevas. Em minha visão, por mais que o roteiro pareça insistir na mesmice usual, com chavões aqui e ali, no fim das contas tais falhas não fazem dele um filme ruim. A Autópsia é sem dúvidas um longa perturbador que tem seus méritos, sim. Visto que em menos de 1 hora e meia, o passado envolvendo Jane Doe foi esclarecido de forma satisfatória, prefiro não comentar pra não estragar a surpresa. Concluo afirmando que valeu a criatividade. Surpreendeu-me positivamente!


Título Original: The Autopsy of Jane Doe

Direção: André Øvredal

Elenco: Emile Hirsch, Brian Cox, Ophelia Lovibond, Jane Perry, Michael McElhatton, Olwen Catherine Kelly, Parker Sawyers.

Sinopse: Tommy Tilden e Austin Tilden, seu filho, são os responsáveis por comandar o necrotério de uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos. Os trabalhos que recebem costumam ser muito tranquilos por causa da natureza pacata da cidade, mas, certo dia, o xerife local traz um caso complicado: uma mulher desconhecida foi encontrada morta nos arredores da cidade – “Jane Doe”, no jargão americano. Conforme pai e filho tentam descobrir a identidade da mulher morta, coisas estranhas e perigosas começam a ocorrer, colocando a vida dos dois em perigo.




Trailer:


Mais imagens do filme:


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