Especial: Os 20 Filmes que Valem a Pena de 2017 – Parte 1


Com o começo das premiações de fim de ano, chegou a hora de olharmos de Janeiro até aqui, e começarmos a resgatar as melhores obras desse período. É claro que essa aqui é única e exclusivamente a minha opinião. Deixa aí embaixo o que vocês acharam da lista.

20ª Posição: It – A Coisa (EUA) Dir: Andy Muschietti


Por que é bom?  A obra acerta em duas coisas essenciais para fazer sucesso no cinema: é divertida e dá bons sustos. Quando o filme foca sua atenção no grupo de crianças e suas provocações infantis, funciona com naturalidade, assim como na maioria das situações com Pennywise. A ótima atuação de Bill Skarsgård também ajuda muito em todo o clima do filme.

O que não é tão bom? Apesar da diversão garantida, It – A Coisa, definitivamente não é algo para refletir meses depois. A direção de Andy Muschietti, por vezes, não consegue destacar todos os seus protagonistas (como a crítica aqui do blog aponta). E, quase nunca consegue passar outra sensação, senão a comédia, com os seus atores mirins: O drama, o romance, a ação e o medo, continuam sendo passados de forma engraçada, o que não era a intenção do realizador.

19ª Posição: Corra! (EUA) Dir: Jordan Peele

Por que é bom? O já famoso ator e roteirista, Jordan Peele, estreia na direção com muita personalidade. Ele traz momentos únicos que foram bastante elogiados pela crítica do mundo todo, e que, certamente, lhe dá o título de maior surpresa do primeiro semestre deste ano. Além disso, Jordan usa seu tempo na comédia para conseguir inserir situações cômicas dentro da importante questão racial que o filme aborda.

O que não é tão bom? Se na direção a película conquista muitos méritos com algumas novidades, o roteiro já não vai tão bem assim. Além da falta de originalidade, pois a premissa é muito parecida com a de A Chave Mestra (2005), quando tenta dar um passo diferente do filme protagonizado por Kate Hudson, acaba caindo num terceiro ato clichê que se assemelha aos Sci-Fis com pouca inspiração.  

18ª Posição: Neve Negra (ARG) – Dir: Martin Hodara


Por que é bom? O cinema popular argentino anda de vento em popa. Os filmes argentinos mantém, a cada ano, o seu nível de qualidade conquistado nos últimos 10 anos, e até já foi premiado no Oscar com O Segredo dos Seus Olhos. O diretor Martin Hodara volta após 10 anos a sentar na cadeira de diretor e mostra que ainda tem total controle de cena, conseguindo extrair o melhor dos três protagonistas: Ricardo Darin, Laia Costa e Leonardo Sbaraglia.

O que não é tão bom? Apesar de um cinema consolidado, os filmes argentinos são baseados, quase sempre, na mesma forma de contar suas histórias. E aqui em Neve Negra não é diferente. Desde o começo do filme o espectador já assiste tentando adivinhar qual será o grande plot twist da vez, e ele vem sem muitas surpresas.

17ª Posição: Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe (EUA) – Dir: Noah Baumbach 


Por que é bom? Parece que Adam Sandler só faz filmes ruins para quando estrelar um bom, virar automaticamente motivo de assunto. E aqui em Os Meyerowitz não é diferente. Todos os atores estão muito bem, mas o Adam Sandler no papel de protagonista consegue roubar a cena sempre que está presente. Outro grande mérito do filme são seus diálogos, ou melhor “conversa-paralela-entre-dois-personagens“, onde o diretor Noah Baumbach consegue executar esse recurso das conversas mais parecidas com as da realidade de uma forma que eu, particularmente, nunca tinha visto em uma obra.


O que não é tão bom? Noah Baumbach é conhecido como “o pai dos hipsters”, pois mistura elementos de Woody Allen e Wes Anderson. Ele já lançou algumas obras que angariou muitos fãs do nicho mais especializado em cinema, como Frances Ha (2012) e A Lula e a Baleia (2005), pena que aqui a sua experimentação beira, muitas vezes, o excesso, e passa do pontos em algumas cenas, cortes e na finalização do filme.

16ª Posição: Logan (EUA) – Dir: James Mangold


Por que é bom? Aparentemente a despedida de Hugh Jackman no papel de Wolverine foi de uma forma que todo mundo esperava. O diretor pode contar a história de forma menos clichê, os atores puderam sair da bolha da atuação de super-herói e os produtores ainda ganharam dinheiro. Um produto comercial que beirou a perfeição. Foi um dos grandes destaques aqui no blog, ganhando além da crítica, um especial com toda a equipe comentando o que achou do filme.

O que não é tão bom? Se James Mangold e Hugh Jackman aparentemente receberam uma carta branca para a execução do filme, é preciso dizer que faltou alguma ousadia. O filme tem, de fato, tudo que queríamos de um filme de herói, mas ao mesmo tempo seu roteiro cai nos mesmos erros do gênero. A exemplo, na questão dos antagonistas. Na prática os próprios protagonistas já eram ótimos vilões de si mesmo, então, ou deveriam caprichar na ameaça, ou ter a coragem de modificá-la. 

15ª Posição: Mulher-Maravilha (EUA) – Dir: Patty Jenkins


Por que é bom? É sabido e reconhecido que a importância desse filme se dá por outras razões extra-tela. Além de ser a película que veio redirecionar o universo da DC, é o primeiro filme live-action protagonizado por um heroína, além de ter alcançado a maior arrecadação de uma obra dirigida por uma mulher, batendo Mamma Mia! (2008) de Phyllida Loyd. O filme também foi bastante reconhecido aqui no blog pelos nossos colaboradores, com uma crítica e um especial.
O que não é tão bom? Com o passar do tempo, a obra dirigida por Patty Jenkins será lembrada mais pela importância da estreia de uma diretora num filme desse porte, do que pela história em si. Apesar de alguns acertos em relação novo universo cinematográfico da DC, não trás uma história muito empolgante e nos encaminha para onde a maioria dos filmes do gênero nos levou até agora.

14ª Posição: A Guerra dos Sexos (EUA) – Dir: Jonathan Dayton e Valerie Faris


Por que é bom? A técnica primorosa é a primeira coisa a se realçar da mais nova obra do casal responsável por Pequena Miss Sunshine (2006) e Ruby Sparks (2012). Além da técnica, o filme conta com o melhor da atuação de Emma Stone e Steve Carrel, além de uma sutileza em tratar a questão de uma delicada descoberta da sexualidade da protagonista, que é narrada de forma extremamente singela na película.

O que não é tão bom? A impressão que eu fico, é que este é um filme feito para as premiações do fim de ano, só que algo, ainda incompreendido, faltou a esta obra para poder entrar no mesmo patamar de filmes que usualmente concorrem as grandes premiações. E essa também parece ser a impressão da divulgação que decidiu adiantar o lançamento do filme, tirando-o de qualquer disputa.

13ª Posição: Blade Runner 2049 (EUA) – Dir: Denis Villeneuve


Por que é bom? Denis Villeneuve respeita demais o primeiro filme lançado 35 anos atrás e ainda faz um trabalho de futurologia excelente nesta continuação de Blade Runner, tratando com maestria o universo executado no filme anterior e o expandindo. Além disso, é claro, da premiada fotografia e da excelente direção de arte. 
O que não é tão bom? A nova obra deste universo continua tratando superficialmente o livro que deu origem aos replicantes no cinema (Androides Sonham com Ovelhas Elétricas? de 1968). Apenas os replicantes tem dúvida se são ou não humanos. O que tira um tanto da profundidade filosófica ao questionamento da realidade, que é a base das obras de Philip K. Dick

12ª Posição: Shimmer Lake (EUA) – Dir: Oren Uziel


Por que é bom? Neste filme produzido pela Netflix, podemos perceber que o primeiro trabalho de Oren Uziel é recheado de boas referências das filmagens dos Irmãos Coen. Roteirista da excelente comédia Anjos da Lei 2 (2014), o diretor executa um filme gostoso de assistir, com muitas piadas, mas sem perder a seriedade da história, que é contada de trás para frente. 
  
O que não é tão bom? Talvez tenha faltado ao realizador conseguir manter a surpresa do final por mais tempo. Depois de alguns resgates ao passado, acabamos entendo a dinâmica do filme e fica fácil de descobrir seu final, tirando toda a emoção dos últimos minutos.

11ª Posição: Um Contratempo (CAT) – Dir: Oriol Paulo


Por que é bom? O cinema espanhol consegue se distanciar cada vez mais da figura de Almodóvar e o cineasta catalão, Oriol Paulo, é um dos grandes responsáveis por isso. Oriol é um excelente roteirista, e todos os seus trabalhos são recheados de grandes surpresas na trama, além de uma direção intensa que não beira ao escracho em nenhum momento. 

O que não é tão bom? Os plot twists estão bem escritos por Oriol, sempre trazem algum elemento diferente, mas ao terminar a película, já conhecendo a carreira do cineasta, e um pouco do que une o cinema popular da América Latina ao espanhol, fica o sentimento de que ele repetiu escancaradamente algumas de suas fórmulas usadas em seu trabalho anterior (El Cuerpo de 2012), colocando algumas dúvidas em seus próximos trabalhos.
E aí, leitores? Não esqueçam de comentar o que vocês acharam da lista até aqui, e o que esperam ver nos 10 primeiros lugares. Achou alguma posição injusta? Deixem aí nos comentários. 

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