Logan continua causando frenesi no público nerd, geek e cinéfilo. A igualmente amada e odiada saga dos X-Men achou seu rumo em produções mais pesadas, depois que Deadpool arrebentou em 2016. Agora, Logan chega com a mesma pegada, porém mais sério, sombrio e impactante. Considerado como o melhor filme baseado em HQ’s desde Batman: O Cavaleiro das Trevas (de 2008), esta é uma emocionante despedida de Hugh Jackman como Wolverine, além de Patrick Stewart como o Professor Xavier e o dublador brasileiro Isaac Bardavid (que dá voz ao personagem título nos filmes e desenhos). A equipe do blog Minha Visão do Cinema se juntou e veio dar sua opinião geral, comentando o que achou deste grande filme.
Rodrigo Zanateli:
Nota: 7,5
Carol Batista:
Principal falha dos filmes anteriores, o roteiro aqui é afiado. Sem romances desinteressantes ou viagens no tempo que ninguém realmente entende (ou precisa), Logan tem um propósito e gira em torno dele: dar adeus a uma geração cansada e abatida, que perdeu muito mais do que ganhou, e que agora luta pela sobrevivência. Sem super-vilões ou plots maquiavélicos, o tempo aqui é o maior inimigo: Laura Kinney é o que resta a ser salvo, e suas capacidades já quase extintas são o que se sobrou para salvar o que ainda resta de esperança.
Acima de qualquer rótulo de filme de super-herói que receba, Logan é um drama de ação – e dos bons. Se você é um fã dos quadrinhos do Carcaju e deseja ver a despedida deste dedicado ator do seu amado personagem, veja sem medo de se decepcionar – foi feito jus ao nosso mártir. Se viu apenas alguns dos vários filmes em que Hugh Jackman viveu o papel, ou apenas quer ver um bom filme, também vale a pena conferir. No melhor estilo Os Imperdoáveis encontra Os Brutos também Amam, Wolverine teve aqui a melhor despedida que poderia encontrar: a raiva, o amor e a tristeza que representaram sua agoniada existência tem aqui seu adeus em pleno faroeste.
Yago Tanaka:
Muito mais do que um filme de heróis e vilões, Logan é um filme sobre a relação familiar e é ali que está a preciosidade do longa, hora nos poucos alívios cômicos explorados nas relações de Logan com o Professor Xavier e/ou de Logan com a Laura, ou no drama pesado que Logan carrega em sua vida, com uma performance muito bem feita de Hugh Jackman, performance essa que é densa, cheia de nuances e muito difícil.
Natália Vieira:
Acompanhamos o nascimento de um personagem, talvez um dos mais queridos e respeitados a 17 anos. Nada mais justo do que vermos o final de toda essa história. Já passamos por alguns apuros, mas nós, fieis fãs, sobrevivemos mais um dia para ser recompensados com essa obra-prima, não consigo pensar em outra palavra para descrever Logan.
Depois de longos 17 anos na pele de Logan, eis que Hugh Jackman retorna como o icônico herói das HQs da Marvel aos cinemas, o bom e velho Wolverine! Mal consigo descrever o quão prazeroso foi ver que este último capítulo da saga fechou com “chave de ouro” o legado do ator nas telonas, sem contar que sendo fã de carteirinha da franquia, acompanhar toda essa jornada do universo X-Men gerou um sentimento de gratidão que invadiu meu interior. Não obstante, o diretor James Mangold (diretor do anterior) aumentou o nível de violência (e palavrões), que além de ser o que os fãs tanto esperavam, é algo significativo e não foi nenhum incômodo. Em termos de atuações, todas estão perfeitas e não há sequer uma performance ruim.
Luis Gustavo Bocatios:
A despedida de Hugh Jackman no papel do Wolverine não poderia ser melhor. Todo o arco de Logan é incrivelmente bem desenvolvido, e Professor Xavier e a Laura são incríveis e importantíssimos para o funcionamento do filme. O maior mérito de James Mangold na direção é nos fazer sentir em nós mesmos todas – absolutamente todas – as pancadas que Logan leva enquanto luta.
Confesso a vocês que não sabia que Hugh Jackman era um ator tão excelente; ele encarna todos os sofrimentos do personagem e todas as suas frustrações com uma sensibilidade sublime. Eu considero sua interpretação a melhor já vista em um filme baseado em HQ’s depois de, claro, Heath Ledger como o Coringa no filme O Cavaleiro das Trevas, de 2008. Patrick Stewart é outro que está fantástico em seu papel; ele consegue passar todo o cansaço do personagem, mas, ao mesmo tempo, sua preocupação tanto com Logan quanto com Laura. E Dafne Keen entrega algo impressionante; mesmo com poucas falas, ela consegue ter um carisma impressionante e na última cena dela, eu me peguei muito emocionado e ao mesmo tempo impressionado com a capacidade dramática da atriz. O roteiro consegue ao mesmo tempo te divertir – eu não vi o tempo passar – e te tocar profundamente. Eu lembro que após o término do filme eu passei mais ou menos uns 5 minutos apenas observando os créditos subirem – ao som da música fantástica The Man Comes Around, de Johnny Cash – atônito com o que o filme tinha me mostrado. Só não leva uma nota 10 porque eu me incomodei com 3 furos de roteiro que não citarei para não dar spoiler, mas Logan é um filme fantástico e eu o considero o melhor filme de heróis desde O Cavaleiro Das Trevas.
Nota: 9,5
Um filme intenso, emocionante, muito mais humano do que “super”, entrou no TOP 10 melhores filmes de heróis já feitos. Possui atuações sinceras e entrega um belo final ao ator que por quase 20 anos entregou um dos mais icônicos heróis do cinema moderno (mesmo que às vezes com filmes problemáticos). Hugh Jackman carrega o peso do personagem, trazendo sensações amargas e de sofrimento na pele, e com um olhar cansado, que revela uma atuação totalmente entregue.
Logan não é aquele filme que é apenas de herói, que explora a relação protagonista e antagonista e só, que traz problemáticas em apenas um mundo particular dos mesmos. Logan aborda muita mais e vai além, além da ação (que é maravilhosa e sem pudor), traz uma carga emocional pesada, é um filme dramático.
Foge de tudo aquilo que vemos normalmente e foge com maestria, abrange tudo que o gênero precisa e vai além. Explora com beleza a relação entre personagens, aqui não é preciso palavras para a expressão de sentimentos e assim o apego do público ao personagem. Tecnicamente é excepcional, e finalmente vemos um filme que mostra quem realmente é o Wolverine, quem é o Logan. E tudo isso com um roteiro linear e limpo, que abrange a beleza do filme em seu desenvolvimento (o que é raro). E com facilidade entrou no meu top 2 de melhores filmes de herói. Mais que um filme de herói, uma obra da 7° arte raríssima.
Nota: 9,5